terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

                      



                             
                                       
                                  Te desejo profundamente. Neste instante e em todos os outros. Onde  encontro  a fórmula, receita, segredo ou mandiga que te convença disto? Raramente me arrisco, porém quando jogo, aposto alto e não há em mim disposição para joguinhos de gato e rato, nesta de se passar por  boa moça, eu sou péssima, definitivamente péssima, em fingir aquilo que não tenho pretensão alguma em me tornar. Na verdade, Eu estrago tudo. Tenho tendências desastrosas de uma criança usando vestido e tentado alcançar o pote de biscoito no armário. Considero extremamente difícil me portar como as demais, simplesmente não consigo fingir desinteresse quando o que mais quero é ver as mesmas paisagens que as dos teus olhos. 
Ao colocar o vestido que usei enquanto almoçávamos juntos, me recordei da sua gentileza ao fechar meu zíper, seu gesto parecia dizer: tranquilize-se, eu cuido de você! Este tipo de coisa me faz perceber que prefiro relacionamentos modestos e sinceros, aos hipócritas regados a romantismo e promessas que jamais se cumprirão. Segundo você, não possui  capacidade para lidar com eles (os relacionamentos). Enquanto eu, não possuo psicológico pra suportar esta inabilidade mesquinha. Minha gigante carência afetiva necessita de contínuas demonstrações de reciprocidade, as quais não tem estado disposto a oferecer. Necessito destes gestos singelos e piegas, como um bom dia pela manhãl, boa noite ao se deitar, perguntas corriqueiras e imbecis, como: Como foi seu dia? Sinto que há em ti uma dor de sentimento não correspondido, talvez um amor inacabado, que gerou num receio por enquanto não curado. Mas por ora, não peço nada! Além de que feche meu zíper, todos os dias?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Baú dos quases



                                         Você me tira o fôlego, seu olhar me desconcentra, desconcerta e desconstrói.   É um lamentável pesar a incompatibilidade tão absurda de nossas almas, é certo que somos de mundos ou planetas diferentes. Enquanto eu me entrego, me exponho e me arrisco. Você se reserva, resguarda e abstém, veste essa armadura invisível e impenetrável de qualquer tipo de expectativa. O total oposto de mim que  quando com alguém sou por inteira, completa, sem economia de alma, sentimento ou coração, enquanto você mantém uma distância razoavelmente segura entre apaixonar-se e manter-se só,  faz total questão de jamais ser esquecido. Não é do meu feitio meias medidas ou meios amores. Ou é tudo ou não é nada. O coração do outro tem que ser capaz de suportar essa imensidão de sentimentos. Eu torço e mordo o canto do lábio pra finalmente encontrar alguém que seja capaz de segurar essa onda.  Essa alma megalomaníaca de fomes profundas. Eu sei, é de uma intensidade assustadora. Desconheço os motivos das suas reservas e a razão de tanta autopreservação, há de ser o poço de incertezas que cultivas, creio eu,  nenhuma delas motivadas por mim! Que tamanha injustiça eu ter de pagar pelos crimes de outras, estas, de alma tão pequenina quanto a sua. Mas afinal, quem sou eu para julgá-los? Somos todos livres, e como culpar quando apenas não se é capaz de corresponder ao sentimento alheio? Estamos todos fadados a cometer estes homicídios de desamores. Ao ser alertada quanto sua incapacidade de manter-se com um único alguém optei por ver com meus próprios olhos. E vi! Vi que não sou capaz de te manter interessado, ou que não possuo os atributos necessários para tanto. Vi que cérebro e alma não te convencem a permanecer aqui, que está mais interessado em cabeça de Barbie e peito de pomba. Vi que mais hora ou menos hora meu coração se cansa de estar disponível e resolve trancar estas memórias de você. Memórias tão gentis, como quando cuidou de mim naquela festa, o beijo suave e as caretas que denotavam atenção oferecida especialmente a mim. Torço para que em breve meu cérebro e coração façam as pazes e se decidam por esquecê-lo. Aí então você irá compor o meu imenso baú do quase. Do quase juntos, quase nós e quase amor. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Línguas estrangeiras


                                      Nem mesmo me recordo a quanto tempo escrevi esta quantidade de rascunhos de poesias, e claro, sem intenção alguma de enviá-los e após tantos rascunhos desorganizados certamente resultaria um texto. O quão difícil  é mensurar toda e qualquer coisa, dada a intensidade dos acontecimentos, o lugar e você, simplesmente. Não restaram fotos, imagens que registrassem as cenas daquele filme colorido protagonizado por nós dois. De acordo com suas palavras, porquê estávamos a desfrutar. Que palavra maravilhosa vocês usam pra dizer  aproveitar. Desfrutar soa mais romântico, apesar de singelo, tem um quê de poema. E para que fotos!? Se me recordo com exatidão dos seus olhos me fitando, do seu sorriso de nuvem e da sua risada discreta, nada parecida com a minha, debochada e insolente. Para que fotos, afinal?! Se lembro de cada instante com memória fotográfica, de cada conversa durante as corridas de táxi, naquela cidade caótica, todas as danças que tentei lhe ensinar, o samba que você não leva jeito, nossas tentativas de falar a língua um do outro. O meu espanhol falho e seu português com sotaque italiano, as suas gentilezas infinitas, as milhares de informações que você tem registradas sobre o meu país. Cada centímetro do seu corpo. Contudo o mais sensacional e impossível não citar foi o primeiro instante em que nos deparamos com a existência um do outro,  haviam 02 milhões de pessoas e nossos olhares teimaram em se cruzar, você sorriu e eu retribuí. Eu não quero pensar no futuro, não quero pensar quando acontecer de nossas vidas retornarem a rotina esmagadora, ao terrível cotidiano e sentirmos a profunda necessidade de ter alguém ao lado, alguém que de preferência fale a mesma língua, resida no mesmo país e compartilhe da mesma cultura. Não quero pensar em nada. A intensidade de tudo aquilo me faz desejar estar ao seu lado a todo momento. Segundo você, em seu país uma mulher não deve/ou não demonstra interesse, e eu, uma brasileira totalmente apaixonada, demonstrando o que se passa aqui dentro de mim, de uma maneira assustadora que vai te fazer correr ao término da leitura deste texto, que eu nem mesmo sei se irá compreender. Em relação a tudo o que passou possuo muitos desejos: que essa cumplicidade jamais acabe, que nunca nos esqueçamos e que se repita, de novo, de novo e de novo. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Sobre as pessoas que se vão



O ser humano é mesmo um bicho livre. A gente nasce  e o médico vai logo cortando o cordão umbilical que é pra gente ficar esperto nessa vida, é uma espécie de rito inicial, sinal de que, olha... não vai ser nada fácil. A gente cresce, aprende a socializar na família, o primeiro contanto com um grupinho social. Fica crescidinho, aprende a usar o vaso sanitário e dar adeus aos excrementos e já está na hora de ir para escola. Me recordo do meu primeiro dia de aula, haviam várias crianças chorando por ter de se despedir das mães, de abandonar aquela pessoa que proveu todas as suas necessidades sociais. A minha mãe ao menos me levou, posei numa amiguinha e o pai dela se encarregou da função. A minha independência antecedeu ao período da faculdade. Eu não conseguia compreender a razão de todas aquelas lágrimas, daquelas crianças extremamente assustadas pela vida nova que as esperava. Enquanto que pra mim o desconhecido dá vontade de viver, de descobrir, chegar mais perto, tocar, sentir o cheiro, o sabor da vida. Durante o período de faculdade não foi tão fácil assim, as descobertas trouxeram umas decepções consigo, um choro aqui e outro ali. Mas nada que me fizesse ter medo do novo, daquilo que eu teria que desbravar. Aí, quando eu penso que já vi de tudo nessa vida de meu Deus, em pleno final de 2015, Você aparece pra dizer que está disposto a me fazer extremamente feliz, que gostaria de dizer isto olhando nos meus olhos, porém não disse. Sabe? A vida é muito louca mesmo. Quantas noites dormi imaginado uma cousa dessas e quando ocorre não faz sentido algum, você não faz sentido. O seu histórico demonstra que nada que é capaz de sair dessa sua boca, nada daquilo que seus dedos digitam  nesse teclado é digno de verdade, você é uma falácia completa, dessas bem grandes que só um vendedor de produtos made in china poderia vender. Vá embora e leve com você todo esse sentimento que causou em mim, todas as expectativas as boas e as ruins. Eu me desapeguei. Minha liberdade me completa num sentido tão profundo que só Cecília Meireles pra compreender. Pra você eu desejo um honesto e profundo adeus, sigamos em frente. 

domingo, 15 de novembro de 2015

Acerca dos planos infalíveis que teimam em falhar

Eu havia formulado um plano infalível. Não haveria meios de  você escapar. Assim sendo, permaneceria durante toda noite ao seu lado, sendo sua companhia perfeita, no fim da noite, com um beijo suave de até breve você estaria perfeitamente interessado pra saber mais ao meu respeito. Minhas segundas intenções foram por água abaixo quando quem me deixou esperando foi você, os minutos que antecederam sua chegada foram desesperadores, me embriaguei de água e cigarros, que era para ver se a ansiedade tornava-se minha amiga, assim eu poderia me concentrar em ser como os demais, pessoas comuns, ouvindo músicas aleatóriamente, conversando com os amigos num bar. Ser uma pessoa, como qualquer outra que não cria expectativas fantasmagóricas. Não, tudo o que diz respeito a mim tem de ser gigante e desesperador, os fatos comuns tornam-se grandes acontecimentos, porquê a minha alma é hiperbólica e carece de muita emoção pra ser completa. Retornando ao início, você chegou  e nem percebeu, contudo, na minha cabeça, eu já estava de quatro por você. Foi tão difícil me fazer de difícil, e no final, pra que tanto drama? Se eu sei que uma hora ou outra o  conceito de espaço não teria mais sentido entre a minha boca e a sua. Te ignorei por quase um mês no aplicativo do celular, deve ser suficiente pra te convencer que não sou qualquer uma. Que existe algo de especial em mim que te faça ficar aqui, nem que seja por apenas alguns instantes. Ando tão exausta de expulsar as pessoas da minha vida, numa velocidade patológica e de tantas formas egoístas que só meu psiquiatra poderia compreender. No fim da noite, meu plano havia falhado, eu fui pra sua cama e já não posso suportar a possibilidade de não te ver, não, eu não sou louca. Essa tentativa frustrante,  mas eu sempre tive a total convicção que meu plano infalível teimaria em falhar, porque há algo em você que me faz perder o controle e perceber que eu já não posso prever nenhum dos meus passos tratando-se destas tentativas imbecis e fajutas de te fazer perceber que eu só estava ali, naquele lugar e naquela noite, por exclusivamente você. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Fuja se for capaz


Não quero você. Já conheço seus defeitos, dificuldades e bobagens. Seus erros, suas culpas e vontades. Está decidido, não quero você. Há uma década tenho tentado todas as modalidades de relacionamentos possíveis e imagináveis com outras pessoas na esperança de convencer a mim mesma, de que jamais precisaria de alguém como você para ser feliz. É uma ilusão constante e decepcionante! Tentando convencer meu coração a acreditar que qualquer ser humano na face desta terra é capaz de ser feliz comigo. Mas bastam alguns poucos dias ao seu lado pra perceber o drama mexicano nisto aqui.  Coleciono essas mentiras no baú que me você me deu, e que eu disse que havia jogado fora. Outra mentirinha, com a intenção de demonstrar que eu não preciso e que eu não quero você.  Dizem que o primeiro namorado a gente nunca esquece, que as primeiras paixões são as mais profundas e que mesmo quando se passa muito tempo, permanecem resquícios na alma. Droga! É uma bosta precisar de você pra minha alegria ser completa. Estou tentando não forçar a barra, não pressionar, não subir esses degraus rápido demais, que é pra você não se assustar e sair correndo, sendo assim, você nem poderia supor que acordo todos os dias entrando na igreja e imaginando como seria dividir tudo ao seu lado. Por você paguei os maiores micos da minha adolescência, e  os pagaria novamente, se isto te fizesse ficar aqui, só por mim, só pra mim. É que os nossos gênios são muito parecidos e temos esse instinto de querer tudo agora, do nosso jeito, se não já era. Mas vai que neste momento, essa semelhança que nos fez tomar rumos diferentes, nos una definitivamente. Se tratando de nós nunca se sabe, jamais pensamos em retornar onde tudo isto começou, e não adiantou nada, a vida fez estas escolhas por nós, e nem sequer  pediu opinião.
Quer saber? Já era. Você vai ter de me aturar. Quero você e quero muito, pelo tempo que for possível.  Fuja se for capaz.             

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Contagem regressiva


Essa coisa de amor é realmente muito complicada. Havia tomado uma decisão na frente do espelho, não me apaixonar novamente, chega de sapo que se acha príncipe, chega de sensaçãozinha inexplicável. Eu só não esperava que você pudesse existir, me tirar do canto de um quarto escuro, da minha covardia de me envolver novamente. Pensei em trocar nós dois por algo mais seguro e confortável, sem muitas expectativas, com um alguém que já conhece tudo sobre mim. Por um instante, pensei que poderia trocar meus sentimentos como se troca de roupa numa loja barata.  Não deu. Sua reação foi inesperada. Simplesmente disse todas as coisas que me fizeram perceber o quanto eu estava sendo babaca, simples assim. Como um eu te amo matutino, cheio de preguiça ao acordar. Faltam apenas 05 dias para o próximo encontro. Mas diz isso pro meu relógio biológico, ele tá maluco aqui, descompassado, me faz acreditar que faltam 100 anos pra eu ouvir pessoalmente todas aquelas coisas, pelas quais eu esperei minha vida inteira. Tenho tanto medo, mas tanto. Esse medo me faz querer sair correndo, pra longe de você, pra longe desse possível amor, dessa possibilidade mesmo que remota de sermos só nós dois contra o mundo, contra a distância, o tempo, contra todas as coisas que me fazem pensar que isto pode não dar nada certo e ambos acabarmos decepcionados. Uma hora a rotina irá bater em nossa porta, e daí?! O que iremos fazer? Não dá pra pedir pra ela pegar a malas e partir, ela vai chegar sem aviso, se hospedar e ficar ali conosco. Lembro de você falando que eu penso muito no futuro, que sua avó dizia que quem faz muitos planos acaba por não realizá-los. O que eu posso fazer, se já imagino seu sobrenome combinando com o meu?! Eu sou assim, precipitada, sofro de véspera, sofro pelo término de um relacionamento que nem mesmo tem nome. Cinco dias, faltam apenas cinco dias.